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Digitalização de processos: será que já chegamos nessa fase?

Nos últimos anos, as discussões sobre transformação digital ocuparam um lugar de destaque em praticamente todos os setores, desde pequenas empresas familiares até grandes corporações multinacionais

Autor: Inon NevesFonte: Access

por Inon Neves, vice-presidente da Access

Nos últimos anos, as discussões sobre transformação digital ocuparam um lugar de destaque em praticamente todos os setores, desde pequenas empresas familiares até grandes corporações multinacionais. Fala-se em automação, em inteligência artificial, na adoção de plataformas em nuvem e em modelos de negócio disruptivos que priorizam o uso de dados.

Contudo, quando olhamos mais de perto, percebemos que muitas dessas iniciativas, embora importantes, acabam sendo implantadas de forma compartimentada, ou seja, cada departamento tenta resolver suas próprias demandas de maneira isolada. Isso levanta uma questão fundamental: será que podemos considerar que já chegamos à era em que todos os processos corporativos são efetivamente digitalizados?

Para entender melhor o cenário atual, é preciso diferenciar a transformação digital propriamente dita da digitalização de processos de ponta a ponta. A primeira está ligada à adoção de tecnologias que, de certa forma, modernizam a organização e trazem melhorias significativas, como a automatização de marketing ou o uso de ferramentas para análise de dados. A segunda, por sua vez, exige uma visão sistêmica, capaz de unir os fluxos de trabalho entre diferentes setores e criar uma cadeia de processos coesa e 100% digital.

A grande questão aqui é que, muitas vezes, a transformação digital em si é encarada como um grande guarda-chuva, mas, se não houver esforço para integrar essas soluções, o resultado pode ser apenas uma coleção de “silos digitais”, onde cada departamento opera com ferramentas isoladas, sem qualquer comunicação contínua com o restante da empresa. Dessa forma, a digitalização de processos – entendida como a capacidade de substituir fluxos manuais, papéis, retrabalhos e lacunas de informação por rotinas digitais seguras e confiáveis – ainda está longe de ser uma realidade para muitas organizações.

Transformação digital em silos

Há quem argumente que a transformação digital em silos seja apenas uma etapa inicial. Ou seja, é normal que departamentos como vendas, marketing ou TI sejam os primeiros a adotar soluções avançadas, já que a demanda por tecnologia nesses setores costuma ser mais urgente. Contudo, o problema surge quando essas iniciativas não se comunicam e não seguem um roteiro estratégico de crescimento. É como ter um motor de última geração num carro cujos pneus estão carecas: a parte mais moderna não garante que o veículo inteiro funcionará bem, pois há componentes críticos que não receberam a devida atenção.

É muito comum, por exemplo, vermos empresas investindo pesado em plataformas de CRM para melhorar o relacionamento com o cliente e, ao mesmo tempo, manter processos de pagamento, faturamento ou mesmo recursos humanos de forma manual e desconexa. Essas disparidades geram gargalos que, no fim do dia, podem inviabilizar a efetividade daquela ferramenta de CRM, porque os dados acabam não sendo sincronizados com a área financeira ou com a área operacional. Assim, a organização não consegue ter uma visão única do cliente ou dos processos, e o uso de dados para a tomada de decisão fica prejudicado.

Digitalização de processos e integração: por que isso é importante?

Imagine uma empresa que ainda lide com uma infinidade de documentos em papel, exigindo que cada um seja assinado manualmente por diversas instâncias, depois digitalizado e arquivado em sistemas diferentes. Agora, contraste essa realidade com outra, na qual os documentos já nascem digitais e transitam por um fluxo de aprovação automatizado, notificando automaticamente os responsáveis a cada etapa, armazenando versões anteriores e permitindo assinaturas eletrônicas com validade legal. Nesse segundo cenário, não apenas o tempo de processamento é reduzido drasticamente, mas também se ganha em segurança, rastreabilidade e conformidade regulatória.

O grande diferencial de digitalizar processos de ponta a ponta não está apenas na redução de custos operacionais – embora esse seja um fator relevante –, mas sim na criação de um ecossistema integrado que permite uma tomada de decisão mais ágil e baseada em dados confiáveis. Se cada departamento utiliza ferramentas isoladas, fica muito mais difícil compilar as informações para gerar insights sobre o desempenho do negócio como um todo. Já quando os processos são unificados, os dados podem ser coletados, tratados e analisados em tempo real, abrindo espaço para análises preditivas que ajudam a antecipar problemas e identificar oportunidades.

Outra grande vantagem é a mitigação de riscos, especialmente em um cenário em que a segurança da informação e a privacidade de dados são cada vez mais reguladas por legislações como a LGPD no Brasil e o GDPR na Europa. Quando um processo é digitalizado, fica mais fácil implementar políticas de criptografia, backup automático e controle de acessos. Isso reduz consideravelmente a probabilidade de vazamentos, perda de documentos e fraudes. Além disso, a conformidade legal torna-se mais simples de ser demonstrada perante órgãos fiscalizadores, já que todas as interações ficam registradas e auditáveis.

Não podemos esquecer o impacto na experiência do cliente, tanto interno quanto externo. Clientes finais tendem a valorizar empresas que oferecem interações rápidas e eficientes, sem exigir que eles preencham formulários em papel ou façam ligações intermináveis para resolver pendências. Por outro lado, os colaboradores também se beneficiam de fluxos de trabalho mais leves, que eliminam retrabalhos e manuseio de documentos físicos. Isso melhora a satisfação interna, a produtividade e até mesmo a retenção de talentos, pois profissionais que trabalham com tecnologias atualizadas têm a sensação de fazer parte de uma organização inovadora.

Caminhos para a digitalização efetiva e as perspectivas futuras

Uma maneira de encarar esse cenário é entender que a digitalização de processos deve ser um projeto corporativo de abrangência total, que envolva todas as lideranças e, idealmente, tenha apoio direto do C-level (como CEOs, CFOs e CIOs).

Isso garante que a migração do analógico para o digital seja conduzida não apenas pela vontade de um ou outro departamento, mas sim como um valor estratégico que perpassa toda a organização. Da mesma forma, esse apoio top-down ajuda a vencer eventuais resistências e a priorizar investimentos de maneira mais consistente, o que facilita muito a adoção de novas plataformas e metodologias.

Uma vez que o processo de digitalização esteja na estratégia do negócio, é hora de colocar o plano em prática. O primeiro passo rumo a uma digitalização efetiva é mapear toda a cadeia de processos, identificando gargalos, redundâncias e oportunidades de automação. Isso requer um trabalho de consultoria ou de equipes internas que conheçam profundamente cada etapa do negócio. Sem esse diagnóstico, corre-se o risco de investir em ferramentas que não dialogam com as reais necessidades da organização.

Em seguida, é fundamental priorizar os processos que geram mais valor ou que têm maior impacto na satisfação do cliente. Essa priorização ajuda a demonstrar resultados mais rápidos, criando uma cultura de confiança e engajamento em torno da digitalização.

Outro aspecto importante é a escolha de tecnologias escaláveis. Optar por soluções que ofereçam integração via APIs, por exemplo, permite que as empresas adicionem novos módulos e funcionalidades conforme a demanda cresça. Dessa forma, evita-se o problema de criar novas “ilhas digitais” que, mais uma vez, não conversam entre si. Além disso, é preciso olhar com atenção para a arquitetura de dados, garantindo que existam padrões para armazenamento e governança das informações. Sem esses cuidados, a empresa pode acabar com um volume gigantesco de dados que não traz qualquer inteligência ao negócio.

A mudança cultural também não pode ser deixada de lado. A digitalização efetiva exige que gestores e colaboradores compreendam os benefícios dessa transformação, abandonem a mentalidade de “sempre fizemos assim” e estejam dispostos a aprender continuamente. Investir em programas de treinamento, workshops e comunicação interna é essencial para quebrar barreiras e promover a adesão. Além disso, é recomendado que haja um acompanhamento constante de métricas que demonstrem o valor das mudanças, como a redução de tempo em determinados processos, a economia de recursos e o aumento na satisfação dos clientes. Esses indicadores fornecem provas concretas de que o caminho adotado faz sentido.

Quanto às perspectivas futuras, vale considerar que a digitalização de processos é apenas a base para inovações ainda mais transformadoras. Uma vez que a empresa conta com fluxos totalmente digitais, pode explorar soluções de inteligência artificial, automação robótica de processos (RPA) e análise preditiva. Com a IA, por exemplo, é possível automatizar tarefas complexas e até mesmo criar sistemas capazes de tomar decisões baseadas em algoritmos de aprendizado de máquina. A RPA, por sua vez, pode lidar com grandes volumes de tarefas repetitivas, liberando os colaboradores para funções mais estratégicas. Já a análise preditiva permite antecipar tendências e comportamentos, possibilitando que a empresa seja proativa em vez de reativa.

A digitalização completa de processos também abre caminho para novos modelos de negócio. Empresas que antes dependiam de processos manuais para interagir com clientes e fornecedores podem, ao se digitalizar, criar produtos e serviços completamente novos, voltados a experiências digitais. Isso gera diferenciais competitivos e pode até mesmo permitir a entrada em mercados globais, especialmente quando a infraestrutura tecnológica está preparada para escalar e atender demandas de diferentes regiões. Por exemplo, o comércio eletrônico explodiu nos últimos anos exatamente porque as cadeias de valor se digitalizaram em grande parte, indo muito além de apenas criar um site para vendas: envolve integrações com sistemas de logística, pagamento, análise de dados, marketing automatizado e suporte ao cliente.

Em síntese, a resposta para a pergunta “será que já chegamos nessa fase de digitalização de processos?” ainda é “depende”. Existem empresas que já deram saltos significativos e podem se orgulhar de ter uma cadeia praticamente toda integrada. Outras ainda estão engatinhando, presas a rotinas fragmentadas e silos departamentais. O fator comum, porém, é a consciência de que o mercado não vai aguardar quem está atrasado. A competitividade, a eficiência e até mesmo a sustentabilidade de um negócio caminham lado a lado com a capacidade de digitalizar processos de forma abrangente e integrada. Assim, mais do que uma tendência, a digitalização deixa de ser uma escolha e se torna uma obrigação para quem deseja prosperar em um mundo cada vez mais marcado pela inovação e pela velocidade das mudanças.

Sobre a Access

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Para garantir uma logística mais eficiente, maior fluidez operacional e a manutenção de elevados padrões de segurança, as unidades de São Paulo, Itupeva e Belo Horizonte estão estrategicamente localizadas em condomínios fechados. Essas áreas foram especialmente projetadas para atender a todos os requisitos de segurança, assegurando a guarda física da documentação em condições ideais para a preservação de sua integridade, além de contar com sistemas avançados de prevenção e combate a incêndios e sinistros.

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